Sem fiscalização, alertas de desmatamento do INPE apontam que 580 quilômetros quadrados de área de floresta desapareceram em abril
Por Daniele Bragança | O Eco
Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real
Com a paralisação da fiscalização ambiental, o ritmo de desmatamento na Amazônia se mantém lá em cima. Na sexta-feira, saíram os dados de alerta do Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), referentes ao mês de abril. Até o dia 29, 580 quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia Legal, um aumento de 43% em relação ao mesmo mês em 2020, que registrou cerca de 406 km² de desmate. O número é o recorde para o mês da série do sistema Deter-B, iniciada em 2015.
O município que teve a área mais desmatada em abril foi Apuí, no Amazonas, com 68 km² devastados, seguido de Altamira, no Pará, com 65 km² e Novo Progresso, também no Pará, com 50 km².
Em negociação com o governo americano, antes da Cúpula do Clima, Salles prometeu que conseguiria diminuir o desmatamento em até 40% se – e apenas se – o governo americano doasse 1 bilhão de dólares, ou seja, que o país teria como meta após um ano chegar a 6.653 km² desmatados. Em 2011, o desmatamento anual foi de 6.418 km². A negociação não foi para a frente após pressão das organizações da sociedade civil.Há três semanas, o governo mudou de novo as regras de fiscalização ambiental e paralisou o trabalho dos fiscais do Ibama e ICMBio em todo país. Na quinta-feira (06), um fiscal do Ibama não conseguiu acessar seu computador após escrever uma nota técnica expondo ineficiência do atual sistema de multas do órgão.