O momento foi de colocar a mão na massa, simular a escrita de projetos e receber feedbacks do que pode ser melhorado
Nos últimos dias 25, 26 e 27 de agosto a Articulação Agro é Fogo junto à equipe do Fundo Casa Socioambiental, coletivo de advocacia popular Maparajuba, Comissão Pastoral da Terra – CPT do Planalto Santareno e Conselho Indígena Munduruku do Planalto Santareno realizou a oficina de elaboração de projetos na Aldeia Açaizal, Terra Indígena Munduruku do Planalto Santareno.
Estiveram presentes mais de 50 lideranças indígenas dos povos Tupinambá, Apiaká, Munduruku, Tapajó, Jaraki e Arapiun, de diversas aldeias da região. A oficina contou com uma notável participação e liderança por parte do público feminino.
O objetivo da oficina foi proporcionar mais autonomia para as organizações indígenas, para que estas possam gerir seus próprios projetos.
“Nesta oportunidade, foram abordados todos os temas que envolvem a estruturação de um projeto, desde sua conceituação e contexto até a elaboração do orçamento, com a intenção de desmistificar todas as crenças limitantes e mostrar que de forma coletiva as comunidades podem escrever bons projetos que atendam suas necessidades e desejos, reconhecendo suas potencialidades. Com isso, podem se sentir mais preparadas e seguras para apresentar projetos, não apenas para o Fundo Casa mas também para outros financiadores”, conta Beatriz Roseiro, gestora de programas do Fundo Casa.
A oficina vai de acordo com a estratégia do Fundo Casa de possibilitar que as organizações comunitárias tenham protagonismo e possam apresentar projetos alinhados com as necessidades específicas de cada comunidade.
“As nossas necessidades a gente sabe quais são e precisa só sistematizar essas informações dando alguns ajustes técnicos, mas nada que a gente não saiba fazer e isso foi muito bom porque ajudou a clarear a nossa mente e dizer que também somos capazes de elaborar bons projetos que possam colaborar com a nossa luta, com as nossas necessidades, com aquilo que a gente precisa pra nossa aldeia”, ressaltou o Cacique Josenildo Munduruku, da Aldeia Açaizal.
“Foi importante o aprendizado sobre como elaborar projetos com eficácia, com objetivos claros para que eles posam ser aprovados, fomos também instigados a trabalhar cada vez mais em equipe, visando a melhoria de vida do nosso povo, buscando a defesa do território a defesa da vida do nosso povo, pois sem território não há vida”, relatou Felicidade Carolaine, indígena do povo Munduruku.
Sobre a Articulação Agro é Fogo
A Articulação Agro é Fogo é uma rede em defesa dos povos e territórios do Pantanal, Cerrado e Amazônia. Fazem parte desta coalizão mais de 30 organizações, entre elas pastorais do campo, movimentos, organizações não governamentais, grupos de pesquisas e estudos aliados a essa causa, povos e comunidades tradicionais que se formaram no contexto dos incêndios criminosos no ano de 2020.
A rede tem como propósito a defesa dos territórios de povos e comunidades tradicionais da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal frente ao processo criminoso que utiliza de incêndios e grilagem de terras para a expansão e consolidação de atividades agrícolas, mineração e exploração ilegal de madeiras, avançando sobre áreas protegidas.
Reprodução Fundo Casa Socioambiental.