Por: João Palhares, da Coordenação de Comunicação,
com informações da Secretaria Executiva
A Articulação Agro é Fogo participou na quarta-feira (18/6) do Seminário Ecologia Integral de Combate ao Fogo Criminoso e Pulverização Aérea de Agrotóxicos. O encontro teve como objetivo alertar o território quilombola Tambá, no Maranhão, sobre o avanço do agronegócio nos territórios tradicionais. Contribuindo no diálogo, a Secretária-executiva, Jaqueline Vaz, relatou sobre a utilização criminosa do fogo e seus danos irreparáveis aos modos de vida das comunidades locais.
Durante o seminário, discutiu-se sobre a técnica do Manejo Integrado do Fogo enquanto abordagem sustentável para prevenir e controlar incêndios de forma eficaz. Também, da importância das denúncias de violações relacionadas a incêndios e ao uso indiscriminado de agrotóxicos como proteção aos direitos das comunidades e da natureza. Para dialogar sobre os agrotóxicos esteve presente ainda Ivanessa Ramos, agente voluntária da Comissão Pastoral da Terra Regional Maranhão (CPT-MA).
O Maranhão é o estado que mais registrou contaminações por agrotóxicos, como mostrou o Caderno de Conflitos da CPT. Por isso, este encontro foi muito importante, a temática debatida aqui não se distância da realidade que o território vive, especialmente no enfrentamento aos agrotóxicos.
Jaqueline Vaz, Secretária Executiva da Agro é Fogo
A atividade foi promovida por meio da Organização Salve a Floresta, na escola municipal da comunidade Cajueiro, localizada no município de Cantanhede. Para realização, contou-se também com apoio da Diocese de Coroatá e CPT-MA.
Conflitos
O município de Cantanhede está há menos de 150km do Território Jaqueirada, na região dos cocais, no município maranhense de Timbiras. Dada a ofensiva da fronteira agrícola desde os anos 1980 no território, há uma grande preocupação quanto a prevenção da vida e vegetação nativa nas proximidades. Mais de 400 famílias do Jaqueirada vem articulando historicamente a defesa de seus territórios contra agronegócios e seus jagunços.
Conforme o Dossiê Agro é Fogo, os primeiros relatos de violência são do ano de 2004, quando jagunços de um grupo empresarial da região expulsaram famílias, queimando suas casas. Mais recentemente, em 2019, houve outra invasão do agronegócio, novamente com incêndios criminosos e também a utilização de armas de fogo. À época, a comunidade do Jaqueirada chegou a perder 36 casas das famílias, casas de farinha, alimentos produzidos e itens pessoais dos camponeses.
Confira o material completo sobre o Território Jaqueirada publicado no Dossiê Agro é Fogo: